2023-10-03

dstelecom à frente de cabo único mundial com norte-americanos


Consórcio liderado pelo braço de telecomunicações da DST lança segundo cabo submarino sensorizado em Portugal.

Um ano depois de ter lançado o primeiro protótipo do projeto K2D, na Zona Livre Tecnológica Portuguesa (ZLT), em Tróia, que consiste num cabo submarino inteligente que garante ser "único a nível mundial", o consórcio luso-americano liderado pela dstelecom acaba de finalizar a instalação do segundo protótipo de um "smartcable" com dois quilómetros de comprimento, nas imediações do porto de Sesimbra, "em mar aberto e até profundidades superiores a 100 metros".

"Sismos, tsunamis, fauna marítima poluição, circulação de embarcações, submergíreis, temperatura da água são parte do manancial de dados que podem ser capturados em tempo real através desta infraestratura sensorizada", explica o braço de telecomunicações do grupo DST, que tem sede em Braga e é liderado por José Teixeira.

"A aquisição de dados potenciados pelo sistema irá, assim, permitir criar modelos de análise baseados em geoinfonnática e inteligência artificial, de forma a ampliar o alcance da monitorização e do espetro do conhecimento até ao interior dos oceanos", detalha a dstelecom, que surge à frente deste projeto bandeira da prestigiada instituição imiversitária norte-americana MIT - Massachusetts Institute ofTechnology.

Iniciado em 2020, ao abrigo do Programa MIT Portugal e que foi financiado em 1,4 milhões de euros, este projeto K2D, acrónimo de "Knowledge and Data from Deep to the Space", este projeto conta também com a participação da Universidade dos Açores, Air Centre, Alcatel Submarine Networks, INESC TEC, Centro de Investigação Tecnológica do Algarve (CINTAL) e da Universidade do Minha A investigação e desenvolvimento dos sensores que estão instalados ao longo do cabo - instalado ao largo do porto de Sesimbra - e captam dados em tempo real esteve a cargo das três últimas instituições referidas.

Instalado com o apoio da Marinha Portuguesa, a escolha da localização em Sesimbra, como já havia acontecido com Troia, em setembro do anopassado, deve-se ao facto de integrar a ZLT Infante D. Henrique, para experimentação de tecnologia marítima, nota a dstelecom. Esta empresa diz ter iniciado este projeto tendo em vista a criação do "smartcable" como "um produto diferenciador e de valor acrescentado, que ainda não existe a nível mundial", afiançou.

"A nossa estratégia passa por aumentar o valor acrescentado dos cabos submarinos, convertendo-os não só em autoestradas de dados, mas também acrescentar a capacidade de monitorização, associando uma camada de sensorização a estes elementos que estão alojados no fundo do oceano", sinalizou Sérgio Fernandes, CTO da dstelecom "Isto vai permitir-nos apresentar uma solução única a este mercado e que esperamos uma disseminação global".

 

Fonte: Jornal de Negócios