Em linha com a ambição de "exportar" o modelo de negócio da fibra ótica multioperador por terra, mar e ar, a dstelecom associou-se à agenda mobilizadora New Space Portugal como copromotora. O projeto, com ADN português, visa estabelecer a capacidade para conceber, desenvolver e produzir satélites completos, payloads e oferecer serviços transacionáveis de alto valor acrescentado, baseados na exploração de dados da Observação da Terra (OT) a partir do Espaço.

Com o objetivo de impulsionar a cadeia de valor nacional para atender a um mercado em rápido crescimento mundial, esta agenda conta com a participação de 39 entidades e um investimento total de mais de 177 milhões de euros, dos quais cerca de 1.6 milhões correspondem ao investimento da dstelecom.

No âmbito do projeto, a dstelecom tem participação ativa em duas atividades, a WP 2 (Work Package 2), designada como ‘Constelação Aberta’, e a WP 4 (Work Package 4), intitulada de ‘Planeta Digital’.

A ‘Constelação Aberta’ pretende implementar 3 satélites de alta resolução de última geração, cujo processo completo de integração abrange o design, fabrico, testes e aspetos operacionais dos protótipos. A sua condução será integralmente feita em Portugal, fortalecendo laços e contribuindo para a consolidação do ecossistema espacial português.

Nesta atividade, a dstelecom assume a responsabilidade de desenvolver e integrar a sua tecnologia de comunicações para sistemas Internet of the Things (IoT), cuja funcionalidade primária se prende com a disponibilização de conetividade a sensores localizados em zonas remotas, isto é, sem acesso a redes de telecomunicações convencionais. Desta forma, pretende consolidar e expandir a sua oferta de infraestrutura de conetividade sem fios, aberta e agnóstica do ponto de vista de operador. Além disso, permitirá manter e expandir o seu raio de ação no que concerne a zonas rurais e de baixa densidade populacional, mercado chave da empresa.

Já o WP4 ‘Planeta Digital’ está focado na criação de produtos de valor acrescentado para o mercado de observação da Terra, integrando e fundindo dados de fontes "in-situ" e remotas. Neste caso, os diferentes copromotores procuram centrar-se em aplicações que alavanquem as características das futuras constelações resultantes da Agenda (VHR, HR, SAR, VDES/AIS, ou payloads IoT), para os diversos segmentos: Defesa e Segurança, Gestão de Emergências, Agricultura e Floresta, Oceano, Energia, Cidades Inteligentes, Sustentabilidade, entre outros. A dstelecom, em específico, pretende focar os seus esforços na criação de um ambiente digital que permita aos clientes gerir e aceder aos pacotes de dados provenientes das suas instalações em locais remotos.

Assim, este projeto, em conjunto com um vasto portefólio de entidades portuguesas, irá posicionar o país como uma nação de excelência no setor aeroespacial. Tratando-se de um segmento estratégico de inovação para a dstelecom, foi delineado um plano de participação, que procura endereçar toda a cadeia de valor, criando uma infraestrutura de comunicações de satélites e um ambiente digital para fomentar a interação direta, a participação e a prospeção de clientes.

Recorde-se que a dstelecom tinha já investido no setor espacial com o projeto AEROS, que envolveu o desenvolvimento de um nano satélite de baixa órbita para realizar a monitorização da superfície terrestre e marítima do território português. Este satélite, que pretende ser o primeiro da futura Constelação do Atlântico e fornecer mais informações sobre o estudo da Terra, especificamente sobre as áreas geográficas costeiras, será, previsivelmente, lançado ainda no primeiro semestre de 2024.